Ruy Espinheira Filho, é um dos grandes poetas brasileiros da
atualidade, além de escritor, é jornalista, mestre em Ciências Sociais, doutor
em Letras e professor de Literatura Brasileira do Departamento de Letras
Vernáculas da Universidade Federal da Bahia. Nasceu em Salvador, Bahia, em
1942. Publicou diversos livros de poemas: Heléboro, Julgado do vento, As
sombras luminosas (Prêmio Nacional de Poesia Cruz e Sousa), Morte secreta e
Poesia anterior, A guerra do gato (infantil), A canção de Beatriz e outros
poemas, Antologia breve, Antologia poética, Memória da chuva (Prêmio Ribeiro
Couto, da União Brasileira de Escritores), Livro de sonetos, Poesia Reunida e Inéditos
e Elegia de agosto e outros poemas (Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de
Letras, Menção Especial do Prêmio Cassiano Ricardo da UBE e 2º lugar no Prêmio
Jabuti de Poesia). Lançou também vários livros em prosa: Sob o último sol de
fevereiro (crônicas), O vento no tamarindeiro (contos); as novelas juvenis O
Rei Artur vai à guerra, O fantasma da delegacia, Os Quatro Mosqueteiros eram
três; os romances Ângelo Sobral desce aos infernos (Prêmio Rio de Literatura),
Últimos tempos heróicos em Manacá da Serra e Um rio corre na Lua, e os ensaios
O Nordeste e o negro na poesia de Jorge de Lima, Tumulto de amor e outros
tumultos: criação e arte em Mário de Andrade e Forma & alumbramento:
Poética e poesia em Manuel Bandeira.
DESCOBERTA
Só depois
percebemos
o mais azul
do azul,
olhando, ao
fim da tarde,
as cinzas do
céu extinto.
Só depois é
que amamos
a quem tanto
amávamos;
e o braço se
estende, e a mão
aperta dedos
de ar.
Só depois
aprendemos
a trilhar o
labirinto,
mas como
acordar os passos
nos pés há
muito dormidos?
Só depois é
que sabemos
lidar com o
que lidávamos.
E meditamos
sobe esta
inútil
descoberta
enquanto,
lentamente,
da cumeeira
carcomida
desce uma
poeira fina
e nos
sufoca.
(Heléboro, 1974)
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