ÂNGELA TOLEDO POR ÂNGELA TOLEDO
Ângela Toledo pintando os muros do Morro de São Paulo-BA |
De Miracema (RJ), onde nasci em 10 de outubro de 1963, mudei-me para
Salvador, em janeiro de 1986, onde trabalhei em agências de publicidades como a
Publivendas (Fernando Carvalho) e DM-9 (Duda Mendonça). Em Salvador comecei a
publicar meus poemas em folhetos, influenciada na época pelos "Poetas da
Praça" e pelos intelectuais e escritores que frequentavam o "Quintal
- Raso da Catarina" no Campo Grande.
Desde 1991, moro em Morro de São Paulo (município de Cairu-BA),
povoado turístico da ilha de Tinharé, na Costa do Dendê. Lá, ao lado de Beto
Bahia e Fernanda ViaCava, fundei o Grupo Ensaio, o primeiro do gênero em Morro.
Depois de quatro "folhetins", lancei 40 modelos de poemas
postais em série de 8, ilustrados por artistas diferentes. Lancei um poema
cartaz com foto de Claude Santos e no total foram sete livros alternativos
sendo que o primeiro, Azul (1995), teve apresentação de Jorge Mautner e o
último, Vaga Lume, foi publicado em 2004. São livros muito simples e afora os
dois mencionados os outros foram feitos por mim mesma. Faço também camisas e
bolsas com poesias minhas, em pintura e silckreen. Pinto os muros com poemas,
que viraram atração turística aqui no Morro.
Apresento performances ou recitais de Poesia no Teatro do Morro (toda
quarta-feira), e onde sou convidada. Organizei durante onze anos a "Semana
da Poesia do Morro de São Paulo" de 11 á 14 de março, mantive um projeto
de educação sócio-ambiental (voluntariado) e a criação do Grupo Poema Doido com
as crianças do projeto.
Este ano retomei meus estudos para concluir o 2º grau. Trabalhei
muitos anos como babá, doméstica, balconista, enfermeira, fotógrafa e
garçonete. E tenho amigos excepcionais que me enchem de orgulho e alegria já
por serem meus amigos.
SILÊNCIO
pintura de Ângela Toledo |
Tem silêncio
em mim,
que não me
deixa nem
silenciosamente
escrever.
Tem um
silêncio em mim,
que ninguém
consegue ver
que se perde
em si próprio
de tanto se
saber.
Tem um
silêncio em mim, que
se guarda e
se separa,
que se
acalma, mas não pára,
que se
esconde mas não se cala.
Tem um
silêncio em mim,
que nem sei
de onde vem:
talvez venha
de alguém
e se guarde
não sei prá quem.
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