Membro da geração de artistas surgida nos anos 70, viveu intensamente
a efervescência cultural e política da época e produziu movido pela crença na
possibilidade de mudar a realidade ao seu redor. Dedicado ao ofício da poesia
desde o início da sua vida, Damário Dacruz publicou seu primeiro livro aos
vinte anos, mas já havia recebido o primeiro prêmio ainda adolescente.
Como estudante de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA),
fundou o jornal UNE-VERSOS. Dedicada à arte, a publicação foi um verdadeiro
marco para a época. Também na UFBA, desenvolveu uma segunda paixão: a
fotografia. Demonstrava, com as lentes, a mesma sensibilidade que exibia com as
palavras. E conseguiu registrar, em imagens, muitos dos temas presentes na sua
obra poética. Ao longo da carreira, exibiu fotos em galerias do Brasil e do mundo.
Mesmo sendo poeta de ofício, com quatro livros publicados, foi quando
aliou a poesia com a fotografia que Damário Dacruz encontrou o suporte ideal
para manifestar sua visão de mundo. Seus fotos-poemas, junções sensíveis entre
as imagens que produzia e os versos que escrevia, atingiram grande
popularidade.
O mais conhecido deles, “Todo Risco”, lançado em 1985, vendeu mais de
100 mil exemplares. Formada por uma imagem em preto e branco dos trilhos da
cidade de Cachoeira, acompanhada por versos que falam da coragem frente aos
desafios da vida, a publicação esgotou por seguidas edições.

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