sábado, 29 de maio de 2010

A poesia de Jorge Araújo

Maracás, em mais uma de suas grandes noites literárias, recebe o ilustre poeta Jorge de Souza Araújo. O evento acontecerá no próximo dia 04 de junho no Auditório Municipal, às 19:30. O escritor será homenageado pelo Grupo Concriz que fará um recital de seus belos poemas do livro Os becos do Homem. Logo após, participará de um bate-papo com Edmar Vieira (diretor de cultura da cidade e idealizador do projeto), no qual, responderá perguntas de todo o público sobre a sua vida na carreira poética.
Jorge de Souza Araújo é um escritor baiano de muito prestígio por todo o Estado. Nasceu na cidade de Baixa Grande, em 7 de janeiro de 1947. Fez curso primário em sua cidade natal e transferiu-se em fins de 1960 para Itabuna, onde concluiu o ginasial. Logo após, mudou-se para Ilhéus e depois Salvador, onde finalizou o colegial. Licenciou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia de Itabuna, em 1972, unidade que atualmente é integrada à Universidade Estadual Santa Cruz.

Com Os Becos do Homem, Jorge de Souza Araújo estreou na poesia. Esse livro foi escrito desde o início dos anos 1970, durante o período de ditadura no Brasil, e publicado em 1982.


PRESSÁGIO

Tempo haverá em que o medo
será artigo de quinta categoria
nas prateleiras do esquecimento

Então nos despediremos
da exatamência deste vil
relógio do tempo
a que nos vendemos hoje

e cruzaremos fartos de coragens
a fronteira doida do imenso vale
de nossa solidão
no exercício enfim da liberdade.

2 comentários:

Poemas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Poemas disse...

Vitor.

Esse recital vai ser muito bom.

Eu não sei o nome do poema.mas esse poema aqui é perfeito,
vou dizer uma estrofe:

“Humanista idealista não com for mista

Um sofista sacristão de vista ruim

Eu batizo em nome dos meus equívocos.”


Eu amei esse poema todo que faz:Marcelo,Rafael,Rubinho,Lucas,Herman e Léo.

Eu acho

Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

— não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

— mais nada.

Cecília Meireles