sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A poesia de Antonio Miranda

Antonio Lisboa Carvalho de Miranda é maranhense nascido em 5 de agosto de 1940. Membro da Academia de Letras do Distrito Federal, foi colaborador de revistas e suplementos literários como o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil e também o La Nación (Buenos Aires, Argentina) e Imagen (Caracas, Venezuela).
Professor e ex-coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília, Brasil, ministra aulas e cursos por todo o Brasil e países ibero-americanos. Também é consultor em planejamento e arquitetura de Bibliotecas e Centros de Documentação.
Organizador e primeiro Diretor da Biblioteca Nacional de Brasília, de fev. 2007 a out. de 2011.
Doutor em Ciência da Comunicação (Universidade de São Paulo, 1987), fez mestrado em Biblioteconomia na Loughborough University of Technology, LUT, Inglaterra, 1975. Sua formação em Bibliotecologia é da Universidad Central de Venezuela, UCV, Venezuela, 1970.

Poeta, escritor, dramaturgo e escultor, já publicou romances, poesias e peças para teatro (gênero pelo qual é conhecido lá fora) em vários países. Em 1967, por decisão própria, exilou-se para viver intensamente um período de efervescente agitação cultural na América Latina, dedicando-se à produção literária e artística. Sua criatividade foi reconhecida com prêmios pela crítica internacional (Medellin - Colômbia, San Juan de Puerto Rico). Miranda viveu e publicou em Buenos Aires (Argentina), Caracas (Venezuela), Bogotá (Colômbia) e Londres (Inglaterra). Tu País Está Feliz, peça de teatro estreada em 1971, foi representada em mais de 20 países  e só publicada no Brasil em 1979. 








 O TURISTA


De tênis e bermuda
no salão oval
do velho café portenho,
entre espelhos
castiçais
e candelabros de luz.
O garçom disfarça
e olha para o teto,
com desdém,
depois
recolhe-o e leva-o
para o lixo,
com as migalhas do pão.

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Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

— não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

— mais nada.

Cecília Meireles