terça-feira, 1 de abril de 2008

Uma Prosa Sobre Versos trará o poeta Elizeu Moreira Paranaguá

Segunda noite literária do projeto Uma Prosa Sobre Versos, no dia 11 de abril de 2008, às 19H30,  no Auditório Municipal de Maracás. O poeta desta noite será Elizeu Moreira Paranaguá, com seu livro O Fogo do Invisível.
O Grupo Concriz está ensaiando o recital que contará com a participação de dez componentes e contemplará mais da metade do livro. Os poemas de Elizeu são, quase todos, de uma linguagem muito forte, de um lirismo extremamente singular e de uma reflexão filosófica profunda.


O SOM E O SENTIDO
  
O som que se ouve
vem da lagoa
que abriga os seres.

O som que se espalha
invade a casa azul
cujo telhado é forrado
de estrelas e de palhas.

Ouço vozes que aprofundam
o sentido
entre os pássaros
e os grilos.

Ouço vozes que se harmonizam
entre o ruído
do Universo

e a Pedra Só.


Elizeu Moreira Paranaguá nasceu na cidade de Castro Alves, em 1963. Reside em Salvador desde 1981. Publicou os livros Poema Terra Castro Alves (1992), onde são cantados as ruas e becos de sua cidade, e O Fogo do Invisível (2006), trabalho que apresenta a profundidade da sua poética existencialista. Participou das antologias Sete Cantares de Amigos (2003) e Concerto Lírico a Quinze Vozes (2004). Editou, ao lado de José Inácio Vieira de Melo, a revista CEPA/Poesia, no biênio 1999/2000. Idealizou e coordenou os projetos Imagem do Verso (2000/2001) e Expressão da Poesia (2003/2006), em Salvador. Seus poemas têm sido publicados em importantes revistas literárias, como a Iararana, e suplementos culturais, como o A Tarde Cultural e o Panorama da Plavra. Ruy Espinheira Filho afirma em Poema Terra Castro Alves que "Lar é de onde se vem - diz o poeta T. S. Eliot. O que se vê, aqui, neste Poema Terra Castro Alves de Elizeu Moreira, é o canto do que partiu, do que se aportou do lar – e agora, através dos seus versos, realiza a viagem inversa, retornando ao mundo de onde veio. Elizeu Moreira Paranaguá canta a sua terra, mas canta sobretudo sua própria emoção ao evocar uma vida. " Sobre O Fogo do Invisível o crítico e poeta Antonio Carlos Secchin comentou: “Luz, fogo, brasa e outros signos ígneos pontuam a poesia de Elizeu Moreira Paranaguá, que, num mundo vazio de deuses, delega à fúria do verbo poético a missão de substituí-los.” Elizeu Moreira Paranaguá vais se apresentar no projeto Uma Prosa Sobre Versos, na próxima sexta-feira, dia 11 de abril de 2008, na cidade de Maracás, na Bahia.






Um comentário:

Anônimo disse...

Foi muito legal recitar o poema de Florisvaldo Mattos.O grupo concriz deu um show.

Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

— não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

— mais nada.

Cecília Meireles