sábado, 26 de dezembro de 2009

Barco - José Inácio Vieira de Melo

Poema de José Inácio Vieria de Melo
Dedicado a Carlos Moisés Soglia de Melo
Recitado por Chico de Assis
Fotografia de Ricardo Prado
Sonoplastia de Wagner Lima
Edição de Vídeo de Edelvito Nascimento

2 comentários:

Marcelo Nascimento disse...

Parebéns a todos os que colaboraram para o resultado final desse video, muito bom mesmo.

Ivana Karoline disse...

Perfeita harmonia entre o vídeo e o poema. Parabéns pelo trabalho. Fiquei muito encantada com o resultado.

Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

— não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

— mais nada.

Cecília Meireles