O Concriz, é um grupo de poetas e recitadores de poemas. Alguns integrantes do grupo, de diferentes idades, já escrevem belos poemas, alguns dos quais podemos vislumbrar aqui e agora.

Estava passando na rua
e vi um centauro vermelho.
Ele era lindo e estrondoso.
Todos os dias, via aquele centauro
sempre no mesmo lugar.
Aquele centauro vermelho
lindo e estrondoso
andava comigo a todo instante.
Felipe Damasceno
Fillipe Lago Damasceno, de 9 anos, é integrante do Grupo CONCRIZ desde março deste ano e cursa a 3ª série do Ensino Fundamental no Colégio Moderno de Maracás. De uma inquieta curiosidade, quer saber de tudo, quer ler os livros de poesia que utilizamos e fica escarafunchando a internet em busca de notícias sobre o grupo e postagens nos blogs. Fillipe é doce, comportado e inteligente. Hoje publicamos o primeiro de quatro poemas de sua autoria. É um orgulho observar o nascimento prematuro de um poeta.
A noite dentro do dia
A noite queima o peito do cego
e o dia acaba com a frieza da noite.
A noite passa em vão
e o dia é indiscreto.
A noite é violenta
e o dia é inquieto.A noite ferve dentro do peito cego.
Robson Nascimento
Robson Santos Nascimento, de 10 anos, estudante da 5ª série no Colégio Normal Municipal de Maracás. Robson faz parte do grupo desde 2008 e é um bom leitor de poesia. Já tem um projeto de um livro que versa sobre a temática do tempo.
Circo das palavras
Meu mundo é
um picadeiro.
Não tenho
lonas,
senão esse
punhado de estrelas
que cobrem
minha fronte.
Cada qual em
seu ofício:
O meu é
domar palavras,
às vezes
lançá-las feito punhais
cravando-as
em minha realidade.
Domar
palavras e equilibrá-las
na ponta da
língua, pensar antes de
deixá-las
ganhar o respeitável público.
Marcelo Nascimento
Marcelo Nascimento nasceu em 1983, em Maracás, onde reside. É um dos
coordenadores do Grupo Concriz. Cursa Letras na Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia (UESB), campus de Jequié.
/
CARONTE
Na primeira vez que vi Caronte,
minha vida pareceu mais acabada.
Mas passadas quase três eternidades,
mirando sua face na saída,
pareceu-me a única amiga
a que eu já tinha observado.
Na terceira vez que Caronte encontrei,
já trazia o coração despedaçado:
nem o cumprimentei, pobre barqueiro.
eu, lamentando ter morrido de infarto
e com paixão mandando no meu peito.
Caronte, agora, encontro todo dia:
é porteiro do prédio onde trabalho.
Com bom dia o saúdo logo cedo;
vem trazer o meu jornal meio amassado.
E, ao sair, digo assim, meio com medo:
boa noite, meu barqueiro desgraçado.
Edelvito Nascimento
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