terça-feira, 3 de julho de 2012

A poesia de Iolanda Costa

Iolanda Costa (1967) nasceu em Itabuna-Ba, é professora licenciada em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), arte-educadora e especialista em História Regional. Iniciou a divulgação de seus poemas no “Diário de Itabuna” e “Tribuna do Cacau”, no início da  década de 80. Participou da antologia “Poetas Novos da Região Cacaueira” (PACCE), em 1987. É autora de “Cinema: Sedução, Lazer e Entretenimento no Cotidiano Itabunense”, ainda no prelo. Em 2004, lançou seu primeiro livro de poesia, “Poemas Sem Nenhum Cuidado” (FICC) e, em 2009, de maneira independente, “Amarelo Por Dentro”. Ainda em 2009, participa das coletâneas “Poetas Brasileiros Contemporâneos” (CBJE), “Poesia de Corpo e Alma” (CBJE) e “O Que é Que a Bahia Tem” (Litteris). Como poetisa, é convidada, em 2010, para a Praça de Cordel e Poesia na 10ª Bienal do Livro da Bahia. Em 2011, integra a antologia “ENEBI (Encontro de Escritores Baianos Independentes) de Poesia & Prosa”. Atualmente prepara seu próximo livro, provisoriamente intitulado “Poemas de Filosofia Líquida”.

SE

O translúcido verso ido
erra a mão,
erra o frasco,
toma aspirina
e confunde chuva com aspargos.
Tivesse acertado a rima
levaria camomila pela rua,
sais para o lençol.
Um sol, um búzio, um esquadro,
barcarola repetida em teu ouvido.

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Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

— não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

— mais nada.

Cecília Meireles